Imagine a cena: você entra em um restaurante, acomoda-se na mesa e o garçom te oferece de entrada uma salada de beldroega com feijão-borboleta. Você, com certeza, não vai entender nada e vai acabar agradecendo, mas pedindo rúcula ou alface, não é verdade?
Pois é! Ao dizer “não” às sugestões do maître, você está na grande parcela da população que, se quer, ouviu falar nas PANC’s, as Plantas Alimentícias Não Convencionais. Hoje, elas serão o tema do nosso post! Vamos conhecer mais sobre elas e como elas podem enriquecer a dieta de milhões de pessoas no mundo todo, incluindo a sua!
Esperamos que esteja aconchegado e, o mais importante, sem fome! Pois ao final deste post você estará desejando um prato cheinho de ora-pro-nóbis!
“PANC?? Mas, afinal, o que é isso?”
Vamos começar pelo começo? Como já mencionamos na introdução, PANC é a sigla para Plantas Alimentícias Não Convencionais criada pelo biólogo Valdely Kinupp e, pasme, existem mais de 10 mil espécies só no Brasil com esse potencial para ingestão.
Sim, aquele “mato” que você considera como uma “daninha” poderia estar no seu prato com um pouco de vinagre e azeite ou até mesmo em pratos elaborados por chefs famosos!
Mas, como tudo que é “exótico” recebe um pouco de resistência por boa parte da população, sua difusão nos cardápios e nas dietas dos brasileiros ainda engatinha lentamente.
Neste instante você deve estar se perguntando: “tá, mas como eu sei se uma planta ou erva é uma PANC, ou não?” Antes de sair por aí colocando qualquer coisa no prato, nosso paisagista, Igor Tronquin, recomenda fortemente que você simplesmente não saia por aí explorando possíveis PANC’s no terreno ao lado da sua casa!
Se quiser conhecer mais sobre essas plantas, compre de lugares confiáveis ou encomende com quem já tem conhecimento no ramo.
“Tá bom, entendi! Mas por que usar e comer PANC’s com tantas opções já conhecidas?”
Acredite, essa pergunta é uma das mais questionadas e, cá entre nós, ela faz sentido! Mas pare para pensar na versatilidade, disponibilidade e saudabilidade se houver mais opções saudáveis e nutritivas à disposição da população, especialmente a fatia mais carente?
Além de extremamente saudáveis e saborosas, as PANC’s são nutritivas, fontes de minerais, fibras, antioxidantes, vitaminas e algumas até auxiliam em, por exemplo, redução do colesterol no sangue, prevenção de doenças graves como infarto e câncer.
Vamos aos fatos? Quer ver o quão importante é a alimentação a base das PANC’s? Profissionais da gastronomia já usam, difundem e, inclusive, recomendam o uso delas. Por exemplo, o renomado chef de cozinha Ivan Ralston, dono do premiado restaurante Tuju, utiliza mais de 350 espécies em seu cardápio!
Vamos conhecer algumas espécies de PANC?
Neste item, iremos mostrar para você algumas espécies que, neste universo, já são amplamente conhecidas e utilizadas. Ah, vamos mostrar também o que você pode fazer com cada uma delas! Vamos lá?
Saião (Bryophyllum pinatum):
Essa espécie já é conhecida e amplamente conhecida na medicina para tratamentos de úlceras e gastrites. Agora no prato, já pode ser usada como uma saladinha ou então misturada com outras frutas para um suco verde de respeito!
Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata):
E essa espécie é um cacto! É isso mesmo que você leu, cacto! Esta planta é riquíssima em proteína vegetal e é figurinha marcada na culinária mineira. Por ser bastante nutritiva, nela podem ser consumidas tanto as folhas, quanto os frutos e flores.
Erva-jabuti (Peperomia pellucida):
Essa planta não precisa de muito ‘esforço’ para aparecer por aí em qualquer cantinho onde tenha uma terra úmida e com uma sombrinha. Mas o fato de ser uma plantinha que ‘dá em qualquer lugar’ não tira seus méritos.
A erva-jabuti pode ser comida crua na forma de uma saladinha, cozida ou em um chá. Sendo uma boa fonte de ferro, ela é indicada para tratamentos de colesterol alto e hipertensão.
Taioba (Xanthosoma sagittifolium):
Por mais que seja uma folha grande, com uma cor verde-escura muito chamativa e convidativa para uma salada de folhas, nunca a coma crua! A taioba possui oxalato e deve ser cozida antes de ser ingerida.
Por ser riquíssima em fibras, ela ajuda na manutenção da flora intestinal, auxiliando na melhora da absorção de nutrientes. Também possui uma quantidade significativa de vitamina C e antioxidantes.
Beldroega (Portulaca oleracea):
Lembra-se da entrada que o garçom te ofereceu, na situação hipotética, lá no início do texto? Pois é! É esta daqui. Quem sabe se você conhecer seus benefícios, não passa a aceitá-la, em uma ocasião de verdade, como uma entrada em um restaurante?
Por mais que seja considerada como uma “daninha” em hortas e pomares, sua ingestão é altamente recomendada pois é riquíssima em ômega 3 e em antioxidantes. Podendo ser consumida crua ou cozida.
Peixinho-da-horta (Stachys byzantina):
Você, com certeza, já viu essa planta em uma horta ou embelezando jardins ornamentais nos mais diversos projetos paisagísticos, mas nunca se perguntou o porquê dela ter este nome, não é verdade? Então, sua dúvida acaba aqui e agora!
Essa PANC possui esse nome pois, quando empanadas e fritas, seu sabor e textura lembram a de um peixe frito! Sendo uma fonte de potássio, antioxidantes e fibras, sua ingestão é fortemente recomendada.
Comer bem, viver bem!
O tema de hoje deu até fome, não é verdade? Plantas Alimentícias Não Convencionais são todas sinônimo de saúde, alimentação balanceada e importantes aliadas contra a fome! Já pensou se tivéssemos mais conhecimento e estudo em cima delas? Poderíamos alimentar milhões de pessoas pelo mundo todo!
Você sabia que já existem hortas e pomares que podem fazer parte de verdadeiros projetos paisagísticos? A Lyrata Paisagismo apoia e abraça essa iniciativa! E, para mais conteúdos de valor sobre esse universo, acesse nossas redes sociais pelo @lyratapaisagismo. Até a próxima!
Comments